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Nossa História

Procurando recuperar o passado da cidade de Tarumã, deparamos com a formação de uma Vila que se desenvolveu até transformar-se na cidade que conhecemos hoje, graças ao empenho e dedicação de Gilberto Lex.

Gilberto Lex herdou uma grande gleba de terras de seu pai, Mathiae Lex, imigrante alemão que chegou ao Brasil em 1825, após um período de serviços prestados à Força Pública da Província de São Paulo. Esta propriedade se situava na região de Assis, entre a cabeceira da Fortuna e o Rio Paranapanema. Dessas terras ele escolheu as que se localizavam na cabeceira do rio Tarumã e fez ali sua fazenda a qual deu nome de fazenda “Dourado Tarumã “. A parte restante de suas terras foi dividida em pequenos lotes que passou a vendê-los a pequenos proprietários que então estabeleceram nas proximidades da fazenda Lex.

A partir das transações de venda de terras e com auxílio de um engenheiro, Dr. Japolussi, iniciou-se a construção de uma Vila, que no decorrer do tempo passou a ser denominada “Vila Lex”. Essa Vila incipiente comportava três ruas principais : a rua do meio que era, rua Belizária e as ruas paralelas do Comércio e da Paz.

As habitações da época eram, construídas de maneira precária e recebiam o nome “Ranchos”.

O primeiro estabelecimento comercial, a ser instalado na vila foi uma farmácia de propriedade de Gilberto Lex, instalada em 1.924.

A partir desse momento a Vila inicia um progresso passando não só a receber novos moradores como também a primeira Igreja e a primeira escola, tudo sob os cuidados de Gilberto Lex.

Um dos meios de diversão e aglutinação de pessoas na época, era o campo de futebol que se localizava em frente a antiga Igreja. Um dado interessante a respeito desses tempos refere-se a extrema dedicação de Gilberto Lex pelo futebol, o que de resto correspondia ao interesse comum da população. Por isso a contratação dos trabalhadores para a fazenda deveria sempre cumprir um requisito fundamental: além da competência o candidato deveria ser bom de bola. Os jornais da época publicados na Capital, traziam sempre esta condição.


No ano de 1.925 instalava-se na Vila Lex o primeiro dentista, e a primeira costureira, respectivamente Sr. Silas Orvellas e D. Aninha. No ano seguinte, Seu Lico abriu uma pensãozinha e sua esposa D. Adélia, tornou-se a primeira parteira da Vila. Pouco depois, Arthur Chizzolim começou a produzir pães, liberando os habitantes de longos trajetos a pé ou em lombo de cavalo para obtê-los.

Em 1927, a Vila Lex foi elevada a Distrito pois já reunia condições econômicas e demográficas para tal. O novo Distrito tomou o nome de uma árvore, naquele tempo comum na região: TARUMÃ.

A partir daí o desenvolvimento não se restringiu às melhorias materiais. Em 1.928 surgia a primeira Banda de Música para animar os bailes e festejos locais. Dela participavam Franz Labs – acordeão, Paulo Hummig na clarineta, Ilo Malagoli no violino, Antonio da Silva no cavaquinho e Otto Herzog como violonista . A “furiosa” ficou completa com a participação de José Machado – o Machadinho – que em 1.929, passou a dedilhar mais um Violão e também a cantar – começava a época da serenata. Nesse período, no entanto, outros “ruidos” feriam os ouvidos dos pacatos moradores, pois Gustavo e Adolfo Fischer acabavam de montar uma serraria.

Na década de 30, Tarumã viu nascer o Cartório de Paz para poder registrar seus casamentos e, naturalmente, os nascimentos daí decorrentes. Por ocasião da comemoração do 7 de setembro de 1.930, realizou-se uma bela festa na qual celebraram-se casamentos, batizados e crismas, e a pedra fundamental da Igreja nova, de tijolos, foi lançada. Hoje, tal como reza a tradição brasileira, a Igreja fica situada à rua central da cidade, Rua Dom Pedro II (hoje Avenida dos Lírios). A principal autoridade eclesiástica da região, o Bispo de Assis, esteve presente e abençoou a cerimônia. Seguiu-se um grande churrasco e, como não podia deixar de ser, uma grande partida de futebol. Pra fechar a noite, um baile animado pela banda que já conhecemos.

Na década de 40, a história de Tarumã sofreu grande transformação com a chegada da família Rezende Barbosa, que comprou a Fazenda Nova América transformando-a em Usina. Anteriormente a propriedade pertencia a José Pires.

A Usina Nova América começou a absorver a mão-de-obra de Tarumã e de toda região, tendo a cana-de-açúcar passado a ser principal cultura da região.

Nas décadas de 1.950/60 Tarumã já possuía Escola de 1º e 2º grau, telefone, centro comercial, automóveis, e o aumento populacional era evidente. Em novembro de 1.961 morre aquele que foi o pioneiro de Tarumã, Gilberto Lex, cujo nascimento ocorrera a 25 de maio de 1880.

De 1.970 – 1.990 a cidade se desenvolveu paulatinamente até o momento em que atingindo o caráter de cidade tornou-se município. Isso se deu através de reuniões realizadas com os moradores tarumanenses que lutaram a favor da emancipação pelo plebiscito de 1.990. Tarumã obteve sua emancipação que resultou na implantação de sua Prefeitura no dia 1º de Janeiro de 1.993, sendo empossado como Prefeito nessa data o Sr. Oscar Gozzi.

Portanto, nota-se que a História de Tarumã pode ser dividida em dois grandes momentos, marcados pela presença de duas famílias que tiveram um importante papel para o desenvolvimento da cidade. O que chamaremos de primeira fase representa o momento em que a família Lex que se instalou na região, possibilitou o aparecimento da "Vila Lex” já na Segunda fase, temos a chegada da família Rezende Barbosa, dando continuidade ao desenvolvimento da vila e também a implantação da Usina Nova América, que acaba por se tornar a grande Empresa responsável pelo progresso de Tarumã e região.

As informações sumárias aqui arroladas foram baseadas nos documentos escritos, nos depoimentos orais e nos resgate fotográficos, colhidos através de pesquisas junto à empresas, órgãos públicos e as pessoas remanescentes dos tempos da fundação do primeiro vilarejo.

No entanto, tais documentos encontram-se em fase de catalogação e identificação para que possam, no futuro oferecer maiores e melhores informações. Ao térmico do trabalho, pretende-se formar um acervo suficiente para construir o Museu Histórico de Tarumã.