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Tarumã recebe visita de grupo indígena da Tribo Terena

Tarumã, 19 de abril de 2012

No dia 19 de abril é comemorado em todo o Brasil o dia do Índio. Neste dia do ano ocorrem vários eventos dedicados à valorização da cultura indígena. Nas escolas, por exemplo, os alunos costumam fazer pesquisas sobre a cultura indígena, nos grandes centros os museus fazem exposições e na maioria dos municípios brasileiros organizam – se festas comemorativas. A data deve ser também um dia de reflexão sobre a importância da preservação dos povos indígenas, da manutenção de suas terras e respeito às suas manifestações culturais.

Em Tarumã o dia do índio foi comemorado de forma diferente. Pela primeira vez a cidade recebeu um grupo indígena da Tribo Terena que vieram à cidade após convite de uma caravana de moradores do município que visitaram o grupo no período de carnaval deste ano em Miranda/MT. Ao retornarem da excursão, integrantes dessa caravana apresentaram a proposta de um intercâmbio ao prefeito Jairão que enxergou a possibilidade de ampliar ainda mais a cultura e proporcionar a troca de experiências entre os moradores da cidade e o grupo indígena viabilizando toda a infraestrutura necessária para que essa troca de experiências pudesse acontecer.

A chegada da caravana indígena aconteceu na manhã do dia 19 (dia do índio), onde foram recepcionados na ACRUTA – Associação Comunitária do Centro Rural de Tarumã com fogos de artifícios. Ainda na quinta-feira (19) durante o período da tarde realizaram visitas nas escolas municipais e estaduais de Tarumã e a noite a Feira do Produtor Rural “feirinha”.
Na sexta-feira (20) as visitas nas escolas continuaram e além de estudantes do município, participaram de uma atividade com os índios estudantes do município de Platina.

Os índios permanecerão na cidade até o hoje (21), onde participarão do Mutirão da Cidadania na Gilberto Lex  e Torneio de Futebol das 08 ás 12 horas, ás 16 horas farão participação em trabalhos específicos da Igreja Presbiteriana Renovada de Tarumã, e ás 20 horas terão uma festa de despedida na ACRUTA.

 

Sobre os Terenas

O Mato Grosso do Sul abriga uma das maiores populações indígenas do país. Os Terenas, por contarem com uma população bastante numerosa e manterem um contato intenso com a população regional, são o povo indígena cuja presença no estado se revela de forma mais explícita, seja através das mulheres vendedoras nas ruas de Campo Grande ou das legiões de cortadores de cana-de-açúcar que periodicamente se deslocam às destilarias para changa, o trabalho temporário nas fazendas e usinas de açúcar e álcool. Essa intensa participação no cotidiano sul-matogrossense favorece a atribuição aos Terena de estereótipos tais como “aculturados” e “índios urbanos”. Tais declarações servem para mascarar a resistência de um povo que, através dos séculos, luta para manter viva sua cultura, sabendo positivar situações adversas ligadas ao antigo contato, além de mudanças bruscas na paisagem, ecológica e social, que o poder colonial e, em seguida, o Estado brasileiro os reservou.

Língua

Da família Aruak, a língua terena é falada pela maioria das pessoas que se reconhecem, hoje, como Terena. Mas o seu uso - e freqüência - é desigual nas várias aldeias e Terras Indígenas. Por exemplo, em Buriti e Nioaque, são pouquíssimas pessoas que a utilizam. Em, outras, como Cachoeirinha, tem casos de jovens que dominam mal o português.

 

Organização social

Em todas as terras Terena, hoje, o “setor” (como os próprios índios chamam e é sinônimo de "aldeia") é a unidade social mais inclusiva, dotado de autonomia política própria, ou seja, possui um "cacique" e um "conselho tribal" que responde pelas relações políticas de cada setor. Menos em Cachoeirinha, onde a figura do "cacique geral" ainda permanece em vigor. Vinculado estritamente à aldeia sede (do Posto Indígena), portanto, o controle político da Reserva passa ainda pelas lideranças desta aldeia; nos demais setores, o "cacique geral" administra a eleição e processo de escolha do "cacique" local. Este arranjo político ainda é fonte de muitas disputas e tensões entre os setores e o "cacique geral" (e o Posto Indígena da Funai, conseqüentemente). Em suma, contrariamente ao que se passa na maioria das outras Reservas, na de Cachoeirinha os setores têm uma autonomia político-administrativa apenas relativa (aos interesses estritos das suas áreas jurisdicionadas e seus habitantes).

Cada setor ou aldeia resolve, dentro de certos marcos normativos, as pendências jurídico-políticas entre seus membros. Assuntos que dizem respeito ao conjunto dos setores da Reserva são tratados em reuniões grandes, com a presença necessária de todas as lideranças dos setores. Em Cachoeirinha, estas reuniões têm lugar em uma área nas vizinhanças da sede do Posto Indígena.

Assessoria de Comunicação - PMT